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Seleção Brasileira elimina as campeãs do mundo e vai à final do futebol feminino nas Olimpíadas

O que antes parecia um sonho distante, está a 90 minutos de se realizar. Após uma atuação de gala, a Seleção Brasileira eliminou a atual campeã do mundo Espanha e confirmou sua vaga na final dos Jogos Olímpicos. Se os jogos anteriores tinham deixado dúvida, a postura nesta terça-feira (6) foi incontestável. O 4 a 2 dá confiança para buscar a revanche diante dos Estados Unidos 16 anos depois — em 2004 e 2008, o Brasil perdeu a final para as norte-americanas.

 

A vitória veio com gols de Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin. Paralluelo descontou duas vezes para as espanholas. Agora, a preparação é para buscar o ouro, no sábado (10), ao meio-dia, no Parc de Princes.

 

O técnico Arthur Elias optou por uma equipe com cinco novidades em relação à escalação que havia eliminado a França. Na defesa, Lauren ganhou a vaga da lesionada Rafaelle e formou a linha de três zagueiras junto de Tarciane e Thaís.

 

O meio de campo foi praticamente todo reformulado. Angelina, Vitória Yayá e Ludmila ganharam as posições entre as 11 e completaram o setor junto de Yasmim. Enquanto na frente Gabi Portilho e Priscila foram as pontas, com Jheniffer atuando mais centralizada.

 

O Brasil adotou uma postura menos recuada em relação ao confronto da primeira fase, diante desta mesma Espanha. E teve sucesso logo nos minutos iniciais. Aos seis minutos, Priscila pressionou a saída de bola de Cata Coll e goleira se atrapalhou. Ela tentou chutar para frente, mas a bola bateu na zagueira Paredes e foi parar nas redes. Era o gol da confiança na busca pela classificação.

 

E foi com esse comportamento que o Brasil quase ampliou a vantagem, aos nove. Ludmila cruzou rasteiro para a área e Cata Coll conseguiu afastar parcialmente, mas deixou a bola viva na área. Gabi Portilho ficou com a sobra, mas desperdiçou, mandando por cima.

 

A Espanha até tinha a posse de bola, mas levava menos perigo do que o Brasil, que apostava nos contra-ataques. Foi assim que mais uma oportunidade foi desperdiçada, aos 20 minutos. Tarciane lançou a bola para Ludmila, na direita, e a atacante avançou em velocidade, mas em vez de cruzar para Portilho, sozinha na área, resolveu chutar cruzado. Desta vez, Cata Coll conseguiu afastar, com o pé esquerdo.

 

Lorena só foi exigida aos 29 minutos. Quando Jeni Hermoso finalizou da entrada da área, e a goleira do Grêmio espalmou. Mas foi só. A Seleção deixava pouco espaço, e as espanholas tinham dificuldade para criar oportunidades.

 

As últimas chances do primeiro tempo foram brasileiras. Aos 36, após novo bom lançamento de Yayá, Priscila apareceu entre as zagueiras e já ia tirando de Cata Coll, mas chutou rasteiro para fora. Mas, aos 48, Gabi Portilho não desperdiçou. Depois de cruzamento de Yasmim, da esquerda, a atacante pegou de primeira e mandou no cantinho da goleira espanhola. O Brasil ia para o intervalo com uma grandíssima vantagem diante das atuais campeãs mundiais.

 

Segundo tempo

A Espanha parecia abalada com a desvantagem, e a Seleção tentava aproveitar-se disso. Logo aos quatro minutos do segundo tempo, uma nova oportunidade de balançar as redes. A defesa espanhola se atrapalhou na saída de bola e Portilho conseguiu antecipar-se para interceptar. A atacante do Brasil viu Ludmila entrando sozinha na área pela direita e optou pelo cruzamento rasteiro, mas a brasileira não chegou a tempo e a bola saiu pela linha de fundo.

A Seleção seguia empilhando oportunidades. Aos seis minutos, Ludmila foi lançada por Angelina, cortou para dentro e arriscou da entrada da grande área, para grande defesa de Cata Coll. Logo na sequência, após cobrança de escanteio, Jheniffer se esticou para alcançar a bola, mas não conseguiu concluir para as redes.

 

As espanholas tentaram a resposta aos nove. Paralluelo finalizou, mais uma vez da entrada da área, mas Lorena fez a defesa em dois tempos. Elas voltaram a assustar aos 24. Novamente de fora da área. Só que desta vez com Hermoso. A camisa 10 arriscou, mas parou na boa goleira brasileira, que espalmou.

 

Se a Espanha desperdiçou, o Brasil não fez o mesmo. Priscila puxou o contra-ataque, logo no minuto seguinte, e teve calma para fazer tudo certo. Na área, viu Adriana entrando sozinha na direita e optou pelo cruzamento. A atacante brasileira mandou na trave. Mas teve uma nova chance. A bola voltou em Portilho, que ajeitou de cabeça para que Adriana, também de cabeça, fizesse o gol da classificação brasileira.

 

A Espanha não se abateu e chegou a diminuir, aos 39. Após lançamento à área, Paralluelo cabeceou e Duda Sampaio não conseguiu afastar, também de cabeça. Lorena apenas viu a bola morrer no cantinho direito.

 

Seis minutos depois, o Brasil respondeu. As adversárias saíram jogando errado mais uma vez, e Kerolin conseguiu roubar a bola de Oihane Hernández. A atacante do Brasil saiu cara a cara com Cata Coll e mandou por  entre as pernas da segunda melhor goleira do mundo.

 

Os intermináveis 15 minutos de acréscimo ainda deram tempo para Paralluelo marcar mais um gol. Após cobrança de escanteio, Paralluelo finalizou e Tarciane tirou. Mas a bola voltou nos pés da promessa espanhola, que desta vez mandou no meio do gol. Mas foi só para dar emoção. O 4 a 2 deu a classificação à Seleção Brasileira. E também acrescentou confiança para buscar o ouro inédito diante dos Estados Unidos. Dezesseis anos depois, é a chance de revanche. Desta vez, com um elemento a mais: a despedida de Marta.

Fonte: Gaúcha ZH

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