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Acidente aéreo com a delegação da Chapecoense em 2016 completa 7 anos
- novembro 29, 2023
- 15:13
Há sete anos a Chapecoense e a cidade de Chapecó vivia o dia mais triste da sua história, o acidente aéreo que tirou a vida de 71 pessoas. Neto, ex-jogador da Chape, foi um dos sobreviventes e desabafou em entrevista: “a vida não volta, e a dor vai continuar”.
Em 29 de novembro de 2016, o avião que transportava a delegação da Chape para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. Na aeronave estavam jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas.
O acidente
Avião que levava a delegação do Verdão caiu nas proximidades de Medellín — Foto: Raul Arboleda/AFP
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião não era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por falta de combustível, como consequência da falta de gestão de risco apropriada por parte da Lamia. Sem ter combustível, os motores do avião pararam de funcionar, e a aeronave planou até colidir e cair.
Este dia 29 de novembro traz a saudade, mas também se tornou uma data para cultivar lembranças, demonstrar carinho e respeito à memória dos que nos deixaram. Torcedores puderam prestar suas homenagens, realizar as suas orações e ter um momento de reflexão, na Arena Condá como de costume na parte central do gramado, flores brancas são colocadas de forma simbólica.
Flores colocadas no gramado da Arena Condá — Foto: Alessandra Seidel/ACF
No Átrio Daví Barella Dávi, rosas brancas são colocadas em cada um dos nomes ao redor da fonte. À noite, um dos refletores da Arena Condá permanece ligado.
Rosas Brancas são colocadas em nome das vítimas do acidente aéreo — Foto: Arquivo/ge.globo
No local onde o acidente aconteceu, as pessoas prestam homenagens até hoje, e na cidade próxima uma celebração vai ser realizada.
Homenagens são prestadas até hoje no local do acidente — Foto: Carlos Mario Ruiz
Sobrevivente em busca de justiça
Neto tentou retornar ao futebol e anunciou a aposentadoria em 2019 — Foto: Márcio Cunha/ACF
Neto, ex-zagueiro da Chapecoense, se tornou símbolo da luta por justiça e da preservação da memória das vítimas. O atleta tentou retornar ao futebol, mas não conseguiu, após ter ficado dois anos em tratamento. O jogador chegou a retornar aos treinamentos com bola, mas anunciou a aposentadoria, em 2019, aos 34 anos.
O zagueiro foi o último sobrevivente a ser resgatado no acidente aéreo, Neto ficou internado por duas semanas na Colômbia. O ex-jogador desembarcou em Chapecó no dia 15 de dezembro.
O ex-goleiro Jakson Follmann e o lateral Alan Ruschel, atualmente no Juventude, foram outros jogadores que sobreviveram, assim como dois tripulantes da LaMia. O narrador Rafael Henzel, também sobrevivente do acidente aéreo, morreu em março de 2019 após sofrer um infarto durante um jogo de futebol com amigos.
Neto também participou, em 2019, junto com viúvas de atletas que perderam a vida no acidente, o presidente da Abravic e três advogados, em Londres, de um protesto em frente à sede da Aon, empresa que alegava ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora.
Neto participou de protesto em Londres junto com viúvas de atletas que morreram no acidente — Foto: Redes Sociais/Divulgação
Recentemente, Neto fez um jogo de despedida na Arena Condá, com a presença de Ronaldinho Gaúcho, Popó e mais algumas celebridades.
Neto fez jogo de despedida com a participação de Ronaldinho Gaúcho na Arena Condá — Foto: Leno da Silva
“Éramos uma família”, afirma Neto em entrevista
O ex-jogador falou a respeito do sentimento após sete anos do acidente, para ele a justiça precisa ser feita e a memória de todos deve ser preservada.
– Fizemos uma história com muita humildade, sem pisar em ninguém, com esforço e dedicação de todos, com o intuito de querer vencer – falou.
Neto acredita que ao ter sobrevivido, precisa cumprir a missão de buscar justiça e alívio para as famílias das vítimas.
– A gente foi descobrindo muitos erros em tudo o que aconteceu e espera que a justiça seja feita. Quero que as famílias possam ter alívio mediante a tanta injustiça. A vida não volta, a dor sempre vai continuar, a saudade daqueles que fizeram história – comentou o ex-jogador.
– Eu entendi que Deus me deu essa oportunidade e tinha a missão de fazer mais coisas além do futebol, tentei voltar, eu lutei. Sofri uma lesão na coluna, operei o joelho seis vezes, a coluna ainda quebrei um osso, achatei uma vértebra, rompi um ligamento e ainda preciso de uma cirurgia – revelou.
O ex-atleta ressalta que ainda precisa fazer mais cirurgias, e que segue o processo de recuperação.
– Já tenho uma placa de titânio na cervical, por isso eu tenho que esperar para fazer outras cirurgias. Eu perderia muita qualidade vida se fizesse agora outras cirurgias. Hoje sou palestrante e evangelista, e eu creio que Deus me fez mais produtivo dessa forma – desabafou Neto.
Fonte Ge